sábado, 20 de outubro de 2007

MM para salvar os dias

Ando eufórica e animada. E isso me dá medo, porque é sempre prenúncio de fases muito down. O que posso fazer é curtir esses dias bons e esperar, sem pressa, pelos outros.
No problem, man!
Pelo menos, nos dias up ou nos dias down, tenho sempre Marisa cantando 'Pale Blue Eyes' e 'I Heard It Through The Grapevine'.


Sometimes I feel so happy
Sometimes I feel so sad
Sametimes I feel so happy
But mostly you just make me mad
Baby, you just make me mad
[...]

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Amar... e viver

Existe, sim, esperança;
podemos ser felizes;
devemos semear o amor INCONDICIONAL;
o mundo tem futuro [desde que semeemos o AMOR INCONDICIONAL];
eu posso ser alguém melhor
e você também, basta a gente querer;
música sempre vai me inspirar e será o alimento da minha alma;
às vezes acredito que há algo maior que rege esse planeta sem nexo;
os encontros dessa vida me fazem ter vontade de continuar...

Aos que eu amo, eu amo DE VERDADE!
Aos que já amei, acho que, de alguma forma, vou amar pra sempre aquilo que foram [mesmo que por algum tempo].
.
.
.

Se perguntar o que é o amor pra mim
Não sei responder
Não sei explicar
Mas sei que o amor
Nasceu dentro de mim
Me fez renascer
Me fez despertar
Me disseram uma vez
Que o danado do amor pode ser fatal
Dor sem ter remédio pra curar
Me disseram também
Que o amor faz bem
E vence o mal
Até hoje ninguém
Conseguiu definir
O que é o amor?
Quando a gente ama
Brilha mais que o sol
É muita luz
É emoção
O amor
Quando a gente ama
É o clarão do luar
Que vem abençoar
O nosso amor
Mas sei que o amor nasceu
Dentro de mim
Me fez renascer
Me fez despertar
Me disseram uma vez
Que o danado do amor
Pode ser fatal
Dor sem ter remédio pra curar

O Que É O Amor
[Arlindo Cruz / Maurição / Fred Camacho]

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Esperanças que se renovam

Há alguns meses não entro aqui para postar alguma coisa... Faltava tempo, inspiração, assunto, palavras... Na verdade faltou vontade mesmo! E, por ficar tanto tempo sem ter que escrever, acho que fiquei um pouco enferrujada, o que não é nada bom para minha profissão.
Então, hoje, pensei: uma boa saída para eu poder exercitar minha escrita é o meu blog, afinal é lá o espaço grátis e livre, em que eu posso escrever exatamente o que me vier à cabeça, sem medo nem vergonha de ser piegas, rasa, incoveniente ou mesmo 'burrinha'.
Minha vontade era dizer de minha procura incessante por emprego, que já vem se arrastando por longos meses. No início buscava algo em minha área de formação, já que sou uma jornalista apaixonada pela profissão e que poderia se enveredar tanto pela política quanto pelo caderno de veículos, tanto pela editoria de cultura quanto de política. Não que eu domine todos os assuntos, mas é que sou tão Jornalista, que me vejo trabalhando em qualquer uma dessas editorias. Sou ainda uma assessora de imprensa competente e com alguma experiência, além de ter capacidade para desenvolver atividades de RP. Depois de um tempo de procura sem resultado, resolvi atirar para todos os lados e percorrer empresas de telemarketing, lojas em shoppings, perguntar às pessoas nos ônibus se onde trabalham não há vagas...
Bem, o mar não tá pra peixe, e emprego nessa Belo Horizonte para jornalista vinda do interior sem conhecer muita gente na capital é coisa muito difícil.
Até que um colega de sala (na especialização) me indicou para um cargo de correspondente bancário. Na verdade eu nem quis saber bem o que era, o que precisava era de um trabalho que me desse um mínimo de remuneração. Fui, vi do que se tratava, fiz entrevista e esperei... esperei... esperei...
E justo hoje, dia que eu escolhi para fazer um post sobre o meu desespero, entre uma lágrima e outra (porque tenho chorado religiosamente todos os dias), eis que o telefone toca e é o retorno de tal entrevista para correspondente bancário! E o melhor: para começar amanhã mesmo!!! Terei horários a cumprir, metas a alcançar e vontade de me levantas todos os dias.
E o que era para ser um post-desespero virou o post-esperança.
Esperança de que esse seja só o começo de uma vida profissional que vai bombar, seja como jornalista ou não. Mas esse já é um outro assunto...

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Hotel Fraternité
Arnaldo Antunes / Aldo Fortes / Hans Magnus Enzensberger

aquele que não tem com o que comprar uma ilha
aquele que espera a rainha de sabá na frente de um cinema
aquele que rasga de raiva e desespero sua última camisa
aquele que esconde um dobrão de ouro no sapato furado
aquele que olha nos olhos duros do chantagista
aquele que range os dentes nos carrosséis
aquele que derrama vinho rubro na cama sórdida
aquele que toca fogo em cartas e fotografias
aquele que vive sentado nas docas debaixo das gaivotas
aquele que alimenta os esquilosaquele que não tem um centavo
aquele que observaaquele que dá socos na parede
aquele que grita
aquele que bebe
aquele que não faz nada
meu inimigo
debruçado sobre o balcão
na cama em cima do armáriono chão por toda parte
agachado
olhos fixos em mim meu irmão

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Homem com H

Hoje, mais uma vez, percebi o quanto gostaria de ter nascido homem. Não tem nada a ver com ciclo mentrual, nem com sutiã (ou a queima deles), ou com o cabelo que sempre está uma droga. Simplesmente tive mais uma prova de que os homens são mais leves, mais desencanados, mais relaxados. Vi que no universo masculino há mais cordialidade, menos picuinhas, mais doçura. Tenho convivido com três homens que moram juntos e os vejo com uma amizade linda. E não falo de confidências e segredos. Falo aqui do fino trato entre eles, pois conseguem mandar o recado em tom de brincadeira e o interlocutor entende e não se irrita. Eles tiram sarro uns com os outros o tempo todo e ninguém fica com raiva. É uma relação realmente bonita. E o resultado disso é a casa com uma atmosfera leve e deliciosa.
Acho que quando eu crescer quero ser homem!

Procura-se

Você já passou mais de um mês procurando alguma coisa?
Se não, você não pode imaginar o que isso significa e nosso assunto termina por aqui.
Se sim, nosso papo pode continuar.
Pois bem. Estou há exatos 32 dias procurando, procurando sem encontrar. Procurando emprego. Tudo bem, eu sei, a coisa não está mesmo fácil. Mas nem um sinalzinho de fumaça, nadinha de nada. Tudo bem, não vou me desesperar porque sei que não vai resolver... Enquanto isso vou resolvendo mil e uma coisas, conseguindo outras que nem acreditava que podia, mas sem emprego é phoDa.
E, como se isso não bastasse, sou uma sem-lar!
Passar mais de 30 dias vivendo em casa de amigos (queridíssimos, solidários e inesquecíveis, por sinal) deixa qualquer um a ponto de explodir e denota que você é uma pessoa sem-lar. Todas as suas coisas em bolsas, sacolas e pastas. O quarto do amigo agora é uma verdadeira bagunça, e, o pior de tudo, você tem a medonha sensação de estar incomodando. Você, de tanto não querer incomodar, acaba incomodando ou tem a impressão de que é a coisa mais incômoda do mundo. E sente-se super incomodada com toda a situação. E não há, nem no (belo) horizonte, o menor sinal de que vai se mudar.
Isso tudo me lembra que uma das coisas que mais me irrita no mundo é procurar algo e não encontrar. Pronto, falei. É isso. Estou deverasmente irritada com tudo.


Esperando o dia de esperar ninguém, esperando enfim, nada mais além
Que a esperança aflita, bendita, infinita do apito de um trem
Pedro pedreiro pedreiro esperando
Pedro pedreiro pedreiro esperando
Pedro pedreiro pedreiro esperando o trem
Que já vem...
Que já vem
Que já vem
Que já vem
Que já vem
Que já vem*


*Trecho de Pedro Pedreiro, de Chico Buarque de Hollanda

sábado, 31 de março de 2007

Se Puder Sem Medo

[Oswaldo Montenegro]

Deixa em cima desta mesa a foto que eu gostava
Pr'eu pensar que o teu sorriso envelheceu comigo
Deixa eu ter a tua mão mais uma vez na minha
Pra que eu fotografe assim meu verdadeiro abrigo
Deixa a luz do quarto acesa a porta entreaberta
O lençol amarrotado mesmo que vazio
Deixa a toalha na mesa e a comida pronta
Só na minha voz não mexa eu mesmo silencio
Deixa o coração falar o que eu calei um dia
Deixa a casa sem barulho achando que ainda é cedo
Deixa o nosso amor morrer sem graça e sem poesia
Deixa tudo como está e se puder, sem medo
Deixa tudo que lembrar eu finjo que esqueço
Deixa e quando não voltar eu finjo que não importa
Deixa eu ver se me recordo uma frase de efeito
Pra dizer te vendo ir fechando atrás a porta
Deixa o que não for urgente eu ainda preciso
Deixa o meu olhar doente pousado na mesa
Deixa ali teu endereço qualquer coisa aviso
Deixa o que fingiu levar mas deixou de surpresa
Deixa eu chorar como nunca fui capaz contigo
Deixa eu enfrentar a insônia como gente grande
Deixa ao menos uma vez eu fingir que consigo
Se o adeus demora a dor no coração se expande
Deixa o disco na vitrola pr'eu pensar que é festa
Deixa a gaveta trancada pr'eu não ver tua ausência
Deixa a minha insanidade é tudo que me resta
Deixa eu por à prova toda minha resistência
Deixa eu confessar meu medo do claro e do escuro
Deixa eu contar que era farsa minha voz tranqüila
Deixa pendurada a calça de brim desbotado
Que como esse nosso amor ao menor vento oscila
Deixa eu sonhar que você não tem nenhuma pressa
Deixa um último recado na casa vizinha
Deixa de sofisma e vamos ao que interessa
Deixa a dor que eu lhe causei agora é toda minha
Deixa tudo que eu não disse mas você sabia
Deixa o que você calou e eu tanto precisava
Deixa o que era inexistente e eu pensei que havia
Deixa tudo o que eu pedia mas pensei que dava

sexta-feira, 30 de março de 2007

Pra quê nexo se só sei chorar?

Término é sempre término. Mesmo sabendo que há a possibilidade da volta, mesmo tendo consciência de que o outro vai voltar atrás na decisão, mesmo assim...
A gente chora, sofre, ouve uma música e se entrega pra fossa, e como sofre e chora. Repete a música-tema eleita mil vezes e acha que se chorar bastante – não importa se no ônibus ou no banheiro com a porta fechada e a luz apagada – a dor vai passar mais rápido. Triste engano. Aí a gente chega à conclusão que só mesmo o tempo, só ele, pra ajudar a doer menos. Busca-se apoio até nos pensamentos mais remotos. Concentrar em tarefas as mais complexas. Assistir tevê como se fosse a coisa mais interessante do mundo. Conversar com todo tipo de gente. Buscar a biografia daquele ator do cinema de quem nunca lembro o nome. Ler as letras de todas as músicas no site dos cantores prediletos. Mexer no perfil do Orkut. Mandar e-mail pra meio mundo. Deixar scrap pra família inteira. Pensar em mil motivos pra cabeça doer tanto e não encontrar nenhum. Ouvir, agora, “Resposta ao Tempo” com a Nana Caymmi e achar que foi feita pra esses momentos... Tanta coisa, tanta emoção, tanta lágrima. Viver é isso? Acho que sim. Penso que vivo isso porque é assim que me sinto viva. Porque eu poderia simplesmente passar pelas coisas sem senti-las, sem perceber, sem sofrer. Mas se sofro é porque estou viva. Feliz ou infelizmente.


Resposta ao Tempo
[Aldir Blanc/Cristovão Bastos]
Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho pra ter argumento
Mas fico sem jeito, calado, ele ri
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar e eu não sei

Num dia azul de verão, sinto o vento
Há folhas no meu coração
É o tempo
Recordo um amor que perdi, ele ri
Diz que somos iguais, se eu notei
Pois não sabe ficar e eu também não sei
E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos

Respondo que ele aprisiona, eu liberto
Que ele adormece as paixões, eu desperto
E o tempo se rói com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor pra tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder, me esquecer

domingo, 18 de março de 2007

Às escolhas da vida

Primeiro post. Primeiro blog. Primeira vez. O que isso sugere...?
Minhas primeiras vezes não foram de todo ruim, a não ser a primeira vez de coisas que são invariavelmente ruins. O primeiro tombo, o primeiro tropeço, a primeira desilusão amorosa, a primeira traição...
Mas na primeira vez em que amei, me senti amada. O primeiro beijo foi gostoso. A primeira amizade foi realmente verdadeira. A primeira transa foi na hora em que eu quis. Então, como fiz esse blog no momento em que me vi cheia de coisas a dizer, espero ter feito a escolha certa. Eh, porque a vida é feita de escolhas.